Dor abdominal no pós-parto

Acabou de passar por um parto, sente-se exausta e tem tido dores na zona abdominal? Não se preocupe, não está sozinha. Neste artigo vamos ajudá-la a compreender o que acontece nesta fase do pós-parto, o que é normal e expectável, e o que por outro lado deve levar como sinais de alerta.

Parto normal vs parto cesariana: quais as diferenças?

O parto é um processo único e individual para cada mulher, sendo que a experiência de cada uma vai divergir consoante a tolerância à dor, o organismo e as opções que forem tomadas pela mãe - como recorrer a uso de medicação para aliviar a dor, ou optar por um parto sem apoios medicinais.

O parto normal divide-se em três fases:

  • Dilatação: contrações e dilatação do colo do útero;
  • Expulsão: momento ativo do trabalho de parto, em que o bebé é expulso do corpo da mãe;
  • Saída da placenta: após o nascimento do bebé, a placenta é removida (pode sair naturalmente ou ser retirada pelo médico).

Já a cesariana é um parto cirúrgico, em que é feita uma operação para remover o bebé do abdómen da mãe.


Em ambos os partos, existe sempre uma recuperação a ser feita, que leva tempo.

O que acontece na fase do pós-parto?

O pós-parto é um processo de recuperação após o nascimento do bebé, que representa um novo começo para a recém-mamã, cheio de responsabilidades mas também alegrias e novas descobertas.

No seguimento do nascimento do seu filho, é natural que ocorram algumas mudanças no seu corpo. É normal que sinta o seu peito crescer, ficando mais pesado pela produção de leite. O inchaço no corpo também é comum, assim como sensação de cansaço e mal-estar. Afinal de contas, acabou de passar por uma experiência invasiva da qual levará algum tempo a sarar. Se quiser saber mais sobre o que esperar nas 6 semanas pós-parto sugerimos a leitura deste artigo.

Mas afinal, quais são as dores que pode esperar sentir, e quais são as que devem levantar preocupação?

Dor abdominal e dor nas costas no pós-parto

Após um parto normal, é natural que sejam sentidas contrações uterinas que significam que o seu útero está a voltar ao tamanho normal. Estas contrações traduzem-se em sensações de cólicas intestinais no pós-parto, que podem ser um pouco dolorosas nos primeiros dias. No entanto, estas dores vão desaparecer por completo, e ajudam no processo de recuperação, por isso mantenha-se tranquila. Tudo vai passar.

No caso da cesariana, é comum que existam dores no pós-parto no fundo da barriga, precisamente por essa zona ter sido impactada pelo nascimento do bebé. Podem também surgir dores nas costas. O processo de recuperação de uma cesariana é tipicamente mais longo que o de um parto normal. Sentir dor abdominal nos 30 dias do pós-parto é expectável. Lembre-se de que acabou de passar por uma cirurgia, e precisa de tempo para recuperar. Nas primeiras 6-8 semanas após o nascimento do seu bebé, deve evitar fazer esforços físicos e deve ser paciente consigo mesma.

Dor abdominal após cesareana

 

Sinais de alerta no pós-parto

Embora existam dores comuns no pós-parto, tais como as dores abdominais que referimos acima, dores de cabeça derivadas de fadiga, e dores de costas, há também alguns sinais aos quais deve prestar atenção pois podem ser indicativos de que precisa de consultar o seu médico, sendo eles:

  • Sangramento excessivo - é normal que após o parto ocorra algum sangramento vaginal. No entanto, se o fluxo mudar abruptamente e acontecer em grandes quantidades, deve consultar o seu médico;
  • Dores incessantes - caso as dores no seu útero não diminuam com o tempo, deve comunicar os sintomas ao seu médico;
  • Febre alta - caso tenha febre durante mais que um dia, pode estar com uma infeção e pode precisar de medicação;
  • Dor ao ir à casa de banho - caso sinta dor ao urinar, pode estar perante uma infeção urinária, pelo que é aconselhável marcar uma consulta médica.

Além das dores físicas, muitas mulheres experienciam depressão pós-parto. Esta é uma ocorrência muito comum, que muitas mulheres sentem vergonha em assumir. Caso tenha sentimentos de melancolia, tristeza ou mesmo raiva, não se culpe. Não está sozinha. Este é um processo radical que mudou significativamente a sua vida, e existem muitas reações possíveis nesta fase de adaptação. Procure acompanhamento médico e lembre-se: está a fazer o melhor que consegue e tudo vai melhorar.

Fontes: