Quando devo procucar ajuda medica

Após o parto pode parecer, por vezes, que está numa montanha russa. Vai passar por fases de felicidade completa a alterações de humor e lágrimas inexplicáveis no mês seguinte – a maioria são todas situações temporárias. Às vezes poderá, no entanto, precisar de alguma ajuda médica: eis os sinais aos quais deverá estar atenta.

Sinais de emergência médica classificados de bandeira vermelha

  • Trombose venosa profunda (TVP): Tem mais risco de sofrer coágulos sanguíneos se estiver deitada na cama após uma operação ou depois de ter dado à luz. Os sintomas incluem dor, inchaço e sensibilidade nos gémeos, frequentemente acompanhado por um sentimento de dor intensa, pele quente junto ao coágulo e um sinal vermelho na parte de trás do joelho. Pode ser tratado com anticoagulantes, para tornar o sangue mais líquido, mas requer atenção urgente.
  • Embolias pulmonares: Caso não sejam tratados, os coágulos podem deslocar-se e alojarem-se nos pulmões (a designada embolia pulmonar) e esta situação pode colocar a vida em risco. Os sintomas incluem falta de ar, dor no peito e desmaio.

Ambas as situações requerem atenção médica urgente.

Lidar com o sangramento

O sangramento da sua vagina (a designação clínica para este sintoma pós-parto é lóquia) pode continuar durante várias semanas após ter dado à luz.

  • É normal: Nos primeiros dias, pelo menos, a perda de sangue será semelhante a uma hemorragia menstrual intensa – vai precisar de pensos mais grossos, próprios para este efeito e terá de os mudar com bastante frequência. Poderá reparar também que são expulsos coágulos de grande tamanho. A lóquia começa por ser de um tom vermelho vivo, que depois vai alterando-se ao longo dos dias para um tom vermelho escuro e mais tarde castanho. Se estiver a amamentar, poderá ter rápidas perdas de sangue ao início, mas a lóquia não vai durar para sempre. Se se levantar e andar um pouco a hemorragia pode voltar a ser mais intensa.
  • Não é normal: Se expulsar coágulos muito grandes (do tamanho do seu pulso por exemplo) isso não é normal, e deve procurar ajuda médica urgentemente. Se o forte fluxo de hemorragia for acompanhado por um pico de febre, uma tensão fora do habitual ou transpiração intensa, estes são sinais eventuais de poder ter contraído uma infeção, pelo que precisa de cuidados médicos urgentes.

Alterações de humor / melancolia pós-parto / cansaço

A privação do sono, as alterações hormonais e a repentina responsabilidade de tomar conta do seu bebé 24 horas por dia podem ser um choque enorme.

  • É normal: Choramingar, perder a calma, sentir-se em baixo ou ansiosa, são tudo sentimentos que podem chegar 2-4 dias após o parto (é o chamado baby-blues – melancolia pós-parto). Os peritos afirmam que é devido às alterações hormonais, à descida do leite – esta pode ser uma situação bastante desconfortável ao início, uma vez que até o seu bebé mamar o seu peito pode estar duro e até mesmo doloroso. Estes sentimentos são normais e geralmente passam no espaço de uma semana sensivelmente. Trate-se bem e descanse o máximo possível, concentre-se em tomar conta do bebé e durma sempre que conseguir. Tudo o resto pode esperar. E sim, não há problema nenhum em chorar e em deitar tudo cá para fora.

  • Não é normal: Se ainda continua a sentir-se deprimida, ansiosa e a desatar a chorar após algumas semanas, fale com o seu médico sobre aquilo que está a sentir. É possível que seja uma das 1 em 10 mulheres afetadas com depressão pós-parto. Tem mais risco de vir a sofrer esta condição se já tiver antecedentes de doenças mentais. Frequentemente a única coisa que precisa é de alguma confiança e apoio, mas por vezes pode precisar de aconselhamento e/ou antidepressivos. Nos casos mais raros (cerca de 1 em 1.000) pode desenvolver uma grave doença psiquiátrica designada psicose pós-parto que requer tratamento hospitalar.

A história de uma mãe:

“Eu andava desnorteada nas primeiras semanas. Se não estava preocupada com o facto do Charlie não comer ou dormir, estava a chorar sem qualquer razão aparente e a resmungar com o meu marido Dave. Era como se as minhas hormonas tivessem caído de uma falésia. Penso que foi a privação do sono o que me afetou mais – não conseguia acreditar que não melhorava. A minha sugestão é para delicadamente recusar as visitas que querem vir ver o bebé. Elas podem esperar – a sua privação do sono, não.”