5 Mitos sobre bactérias e micróbios

É óbvio que quer manter o seu bebé a salvo de infeções – mas até onde vai a sua preocupação com a limpeza?

Vários estudos[i] revelam que as mães recentes podem sentir níveis de ansiedade maiores do que aqueles que sentiram durante a gravidez nos primeiros meses: de repente parece haver tanto com que se preocupar.

Manter o seu bebé a salvo está programado no seu ADN – pelo que não é a única a sentir-se super-protetora – mas algumas mães preocupam-se demais e desenvolvem até uma Perturbação Obsessiva-Compulsiva (POC),  uma espécie de depressão, de acordo com alguns estudos.[ii] Um estudo da Universidade de North Western descobriu que 11% das mães recentes tinha tido sintomas de POC após o parto e as preocupações mais frequentes eram acerca de micróbios e limpeza.[iii]

Mas na realidade não há razão para se preocupar excessivamente – descontraia. Aqui ficam alguns conselhos de bom senso sobre preocupações em relação à limpeza, para a ajudar a pôr em perspetiva a preocupação com os micróbios.

1.  MITO: É preciso pulverizar cada superfície da cozinha com um produto antibacteriano.

Sim, esterilizar biberons é de facto essencial, tal como lavar as mãos depois de ter ido à casa de banho ou após mudar a fralda e antes de confecionar qualquer tipo de comida. Mas não tem de exagerar e fazer da sua casa uma redoma esterilizada. A verdade é que as bactérias (micróbios) estão em todo o lado e existem uma série de dados [iv]que comprovam que o facto de estar exposto a elas pode ajudar o sistema imunitário do bebé.

2. MITO: A limpeza nunca é demais.

Na realidade, é. Os cientistas divulgaram uma teoria designada “A Hipótese da Higiene” que defende que o facto de estar exposto à sujidade, aos micróbios e às infeções nos primeiros anos de vida é benéfico para o ser humano. Segundo a investigação, as crianças que brincam mais ao ar livre têm tendência a ter menos doenças de carácter alérgico tais como febre dos fenos, asma e eczemas.[v] Ser excessivamente protetora não é benéfico para o seu filho a longo-prazo.

3.  MITO: Os bebés não têm proteção contra os micróbios.

Na realidade até têm. No último trimestre da gravidez, os anticorpos do seu corpo atravessam a placenta e entram na corrente sanguínea do bebé, dando-lhe um bom ponto de partida para estarem protegidos nas primeiras semanas de vida. É claro que os bebés prematuros podem perder esta vantagem em alguns casos, e essa é a razão pela qual são mantidos nos cuidados especiais.

É verdade que esta designada imunidade passiva desaparece rapidamente – mas o seu bebé depressa irá começar a construir a sua própria imunidade. A amamentação também ajuda, uma vez que o leite materno contém anticorpos que protegem o bebé de infeções incluindo E. coli (que provoca uma forte diarreia), e provavelmente alergias.[vi] As vacinas contra doenças como a tosse convulsa vão reforçar ainda mais o sistema imunitário do seu filho.

4.  MITO: Os bebés têm de estar afastados de crianças que estejam constipadas

É natural e instintivo querer evitar que o seu filho fique doente, sobretudo nos primeiros dias de vida, mas por vezes isso é extremamente difícil – nomeadamente se alguém que viva consigo estiver infetado. Mas pode ter a certeza que o sistema imunitário do seu bebé só vai sair reforçado com esse desafio – a maioria das crianças tem entre 8 a 10 constipações por ano.[vii] Em bebés muito pequenos (menos de 2 a 3 meses) com febre ou outros sintomas que a preocupem, contacte o médico de imediato.[viii]

5. MITO: Os animais de estimação são um perigo para a saúde

Não, não são – muito pelo contrário, na verdade. Os estudos demonstram que viver com um animal de estimação nos primeiros anos de vida tem um ligeiro efeito protetor relativamente ao desenvolvimento de alergias ao longo na vida. [ix]

A Mãe diz:

“Quando o meu bebé era recém-nascido eu era bastante POC em relação a manter a casa limpa e passava a vida a limpar as bancadas da cozinha. Com o tempo, apercebi-me que era mais importante centrar-me no meu filho do que na limpeza permanente”.

REFERÊNCIAS:

[i] http://thechart.blogs.cnn.com/2013/03/04/women-experience-ocd-anxiety-after-childbirth/

[ii] http://thechart.blogs.cnn.com/2013/03/04/women-experience-ocd-anxiety-after-childbirth/

[iii] http://thechart.blogs.cnn.com/2013/03/04/women-experience-ocd-anxiety-after-childbirth/

[iv] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1838109/pdf/bmj00259-0027.pdf

[v] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1838109/pdf/bmj00259-0027.pdf

[vi][www.pnas.org/content/111/8/3074

[vii] http://www.nhs.uk/conditions/cold-common/pages/commoncoldinchildren.aspx

[viii] http://www.nhs.uk/conditions/cold-common/pages/commoncoldinchildren.aspx

[ix] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3052969/